Coisas do campo

Nas avenidas de Curitiba, o Liquidambar

A Natureza representada pelas plantas sempre nos surpreende com seus mistérios, e a beleza de suas nuances, com as mais diversas cores e formas, que vão se transformando ao longo do ano. Mas além da beleza das cores, o objetivo principal para a ocorrência dessas alterações tem relação com a adaptação e sobrevivência das espécies. E qual é a explicação fisiológica para essas mudanças? As folhas das plantas mudam de cor no outono principalmente por causa das mudanças na luz solar e na temperatura. No outono, os dias ficam mais curtos e há menos luz solar, isso sinaliza às plantas que o inverno está chegando. As folhas das árvores tem um pigmento chamado Clorofila, é o pigmento verde das folhas, responsável pela fotossíntese, e quando a planta começa a se preparar para o inverno, ela produz menos clorofila, e a clorofila existente se degrada e desaparece, dando lugar a outros pigmentos, como carotenoides (amarelo e laranja), antocianinas (vermelho e roxo) e xantofilas (amarelo-claro). A mudança de cor é parte do processo de dormência da planta. Ela está se protegendo para sobreviver ao frio, conservando energia e nutrientes. No Brasil, algumas árvores nativas e exóticas mudam de cor no outono ou em períodos secos, embora essa mudança não seja tão intensa quanto em países de clima temperado. Entre as espécies exóticas, destacam-se o Liquidambar, o Plátano, a Castanheira e os Acer, todas espécies muito utilizadas no paisagismo urbano, típicas de clima frio, e que ficam com as folhas com cores avermelhadas, alaranjadas e amareladas no outono. O Liquidambar é muito comum em avenidas de Curitiba, criando paisagens conhecidas como “ruas de outono”.

Entre as espécies nativas que sofrem alterações na coloração, está a Sapucaia e o Jequitibá-vermelho. Espécies como os Ipes, Jacarandá-mimoso e Angico-vermelho, perdem totalmente as folhas no outono, dando lugar à intensa floração. A perda de folhas no outono é vantajosa para a árvore, pois reduz o consumo de água e energia, reduz a superfície de transpiração, e protege contra danos por frio, vento ou seca.